domingo, 1 de agosto de 2010

Preconceito em geral

O preconceito hoje, faz parte de nossa realidade.
Muitos aderem essa prática até mesmo sem perceber, quanto estão junto de uma sociedade
que acha normal ou já está acostumado com certos tipos de atitude tomadas como preconceituosas.
O preconceito acontece quando uma pessoa julga a outra ou certos modos antes mesmo de conheçe-lo.
Significa elaborar um conceito antes de sabê-lo.
Bom, com isso surgem várias formas de criticar no nosso dia-a-dia. Os mais comuns são a homossexualidade, vista
como prática anormal, fora dos padrões posto pela natureza e algo berrante, Racial, em relação aos negros e outras etnias.
Porém o que vem mais em questão tamanho de preconceito contra negros , onde se tem ate mesmo ceitas que odeiam a esta raça, como os KU KLUX KLAN, nos EUA. Um país que se tem uma sociedade que não esconde o preconceito existente com negros. Lá os negros ás vezes é tão oprimido que eles sentem vergonha de si, ou põe em suas cabeças que se fossem brancos tudo seria mais fácil para eles. Um exemplo disso é a estória contada no filme Preciosa, onde mostra como 
a americana Precious supera os obstáculos por ser gorda, negra, e analfabeta. Outra critica é com as mulheres, que conseguiram se impor com um lugar na sociedade á pouco tempo atras. Mesmo com um lugar na sociedade, direitos, e trabalho, ainda sim é vista como inferior em relação ao homem.
Então, como podemos ver, o preconceito nos ronda, seja em casa, na tv, na rua, em outros paises. O preconceito está em todos os lugares. E para que isso mude precisamos primeiramente mudar nossa forma de pensar e parar de julgar as atitudes de outros. 

terça-feira, 20 de abril de 2010

Atividade do Prof. Arlindo Lindo (O corpo)

O corpo sempre foi algo discutido ao longo dos tempos. Principalmente o corpo da mulher, que foi exigido o comportamento de estar escondendo como forma de pressão pela Igreja e pela sociedade.
Nos tempos antigos era inadimissivel uma mulher mostrar seu corpo de forma que agredisse seu próprio corpo, sua imagem, e até mesmo seu marido.
Ainda hoje esse assunto é tratado de forma meio que preconceituosa, dependendo da cultura e sociedade, em que vive a pessoa.
Porém as pessoas mudaram, a forma de pensar mudou, a sociedade em geral mudou. Hoje em dia não se vê tanto o corpo com os olhos da sociedade passada. O corpo se tornou uma forma de sedução mais escancarada, anos atrás o que não se podia deixar à mostra do corpo, atualmente não significa nada pra quem olha ou pra quem antes criticava.
Mas, por ser uma situação que o povo critica, põe na cabeça do ser humano que ele sinta vergonha por não ter aquele corpo perfeito que deveria ter. A forma do corpo se tornou mais exigente no lado visto de se tornar algo mais bonito e ambrangente pelas pessoas que não se sentem satisfeitas. Aparecendo assim vaários métodos e formas do ser, estar colocando seu corpo em sacrificio de dietas não adaptáveis ao sistema que o corpo assegura e exige, pondo em risco a sáude daquele componente que acha estar fazendo o certo.
As pessoas ouve muito o que os outros dizem e por isso acabam se sacrificando para ser algo que não é. São influenciadas por opiniões ditas por mídia e o que é imposto pela mídia entre outros meios de globalização. O resultado disso tudo é a insatisfação com o próprio corpo, não se aceitando e gerando até mesmo doenças, como anorexia, bulimia e outras direcionadas ao psicológico e ao sistema frágil do corpo atingido por dietas e regimes incessatos.

quinta-feira, 11 de março de 2010

O corpo (Matéria de Filosofia) Prof. Arlindo Lindo!

O corpo


Foco de uma preocupação constante na nossa época, as abordagens atuais do senso comum sobre o corpo carregam muitas concepções arcaicas desenvolvidas no Ocidente pela Filosofia ou pela Religião. Tais abordagens ultrapassadas trabalham com a cisão entre o corpo material ou físico e uma existência não material, entendida como alma, sujeito, consciência ou mente.

É fácil perceber que temos um corpo e que a consciência desse corpo parece ser algo distinto.

Assim eu posso distinguir a mão, que eu vejo, e a ideia que tenho dela em minha mente. Agora mesmo o leitor deve ter diante de si um computador que é um objeto e tem consciência de que ele existe, porque pode percebê-lo pelos seus sentidos corporais. Ou seja, a consciência só existe por causa do corpo e as sensações que ele proporciona.

Outro erro corriqueiro é crer que o corpo representa algo inferior, imperfeito, impuro ou mau e deveria ser controlado a qualquer preço. A prática do autoflagelo, e que existe até hoje em muitas religiões é um exemplo disso.

Essa depreciação do corpo em relação a alma, encobria muitas injustiças, como no período colonial brasileiro, em que os padres se preocupavam apenas em converter os escravos ao catolicismo para salvar suas almas. Os padecimentos corporais que eles suportavam eram considerados naturais, ou sem importância, perto da imortalidade de uma alma salva.
Algo parecido acontece atualmente, quando muitas pessoas se conformam com o sofrimento, fome, falta de moradia, de tratamento médico, de educação, acreditando que serão recompensadas em outra vida. Trata-se de um pensamento com raízes antigas, ancoradas no cristianismo e na Filosofia.

Na Filosofia de Sócrates, por exemplo, o corpo não era objeto principal de preocupação, mas sim a alma, entendida como aquela que se serve do corpo. Escolas filosóficas posteriores, como os epicuristas e estóicos, reavaliaram o tema, o que tornou o corpo um motivo de cuidado integrado à alma.
Na Filosofia cristã da época medieval o corpo é objeto de constante preocupação. Santo Agostinho enfatizou a necessidade de conhecer as debilidades corporais. A “carne” era o corpo de desejo, portanto prestes a pecar. A sexualidade passa a ser estendida do corpo aos pensamentos, sobre os quais era preciso estar sempre atento.


* * *

Conta uma parábola que dois monges cristãos, que haviam feito voto de castidade, foram atravessar um riacho. Chovia muito e a correnteza estava muito forte. Encontraram no rio uma bela jovem que hesitava em atravessar. Ela se dirigiu a um deles e disse,
- Vocês poderiam me ajudar a chegar ao outro lado?

Ao que um dos monges respondeu, enquanto já seguia água adentro:

- Volte para onde veio e aguarde a correnteza diminuir, nós não podemos trair nossos votos.

O outro monge, que vinha logo atrás, pegou a jovem no colo e levou-a em segurança até o outro lado.

Eles continuaram seu caminho e numa certa altura do caminho e primeiro deles não agüentou e disparou:

- Como pode você quebrar os seus votos de jamais tocar em uma mulher e continuar caminhando assim ao meu lado como se nada tivesse acontecido?

E ele respondeu:

Eu a deixei lá atrás, mas você ainda a leva no seu pensamento. Quem fez o mal? Quem fez o bem? Mais grave do que trair os votos é trair a si mesmo.

* * *

A modernidade mudou alguns termos, mas a divisão permaneceu. Para Descartes, não temos como ter certeza se temos realmente um corpo, mas temos certeza de nossas dúvidas, e como a dúvida é um pensamento, só por meio dele sabemos que existimos: “penso, logo existo”. Na filosofia cartesiana o corpo era uma extensão da alma, como uma máquina:

[...] o corpo de um homem vivo difere de um morto como um relógio, ou outro autômato (ou seja, outra máquina que se mova por si mesma), quando está montado e tem em si o princípio corporal dos movimentos para os quais foi construído, com tudo o que se exige para a sua ação, distingue-se do mesmo relógio ou da outra máquina quando está quebrada e o princípio de seu movimento para de atuar (DESCARTES, 1979, p. 102)

Merleau-Ponty contrapôs ao corpo-máquina de Descartes, a noção de corpo-organismo, entendida como uma fusão entre a alma e corpo em um organismo vivo, mesmo assim o sujeito pensante permaneceu como preocupação essencial.

Analisando a história, o filósofo francês Michel Foucault demonstrou que houve uma mudança de abordagem do corpo. Até o século XVIII o poder soberano era exercido sobre o corpo através de suplícios e penas. Podemos citar como o exemplo mais marcante disso no Brasil, o esquartejamento de Tiradentes.
Entretanto, esse sistema de castigos era tremendamente dispendioso e, com o tempo, o poder soberano deu lugar ao poder disciplinar. Assim, se criou uma tecnologia do corpo humano, cujo principal objetivo era tornar o corpo obediente, útil e produtivo para a sociedade, por meio do trabalho. Nessa época nasceram as quatro organizações disciplinadoras modernas, a prisão, a fábrica, a escola e o hospital, todas empenhadas na sujeição do corpo.

As pesquisas modernas tendem a reduzir o comportamento, sentimento e até os pensamentos humanos a reações químicas processadas no corpo. Se por um lado isso acaba de vez com a dicotomia corpo/sujeito, por outro lado afirma um determinismo sem precedentes para o homem, colocando em risco sua possibilidade de liberdade.

O fato é que o corpo, em sua complexidade material como sentimento e consciência, permanece como mistério, devido a dificuldade de controlar pesquisas que investiguem a interferência da vontade sobre os processos químicos e biológicos.

Como conhecer algo que quando lembramos já mudou? O si mesmo que é o corpo só pode ser pensado inédito, sendo, vivendo e nunca dito.

Aprisionado por verdades produzidas na ciência, na educação, na política e na mídia, torna-se urgente uma filosofia do corpo que se traduza em trabalhos de liberdade que retomem o protagonismo do corpo sobre ele mesmo. A resistência do corpo se faz na invenção de modos de vida originais e não massificados, cada vez mais diferenciados, na construção de novos valores e numa certa retomada pelo encantamento potencializador do mundo, esquecidos pela ciência e pela filosofia moderna.



REFERÊNCIAS:

DESCARTES, R. Os Pensadores. São Paulo: Abril, 1979.

Matéria do prof. Marco Antônio

Postagem do blog de História!

IMPERIALISMO

A Expansão capitalista e o colonialismo


"Na segunda metade do século XIX, mais concretamente a partir de 1870, iniciou-se o grande salto da expansão colonialista européia. Em menos de 30 anos, a febre colonial chegou aos confins do globo. A Grã-Bretanha e a França alargaram e consolidaram seus domínios na Ásia ao mesmo tempo em que se lançaram na grande aventura africana.
A Alemanha de Otto von Bismarck (1815/1898), estimulada por um desenvolvimento econômico sem precedentes, provocou a divisão da África. Os holandeses aperfeiçoaram seus métodos de exploração na Insulíndia (hoje Indonésia), e o rei Leopoldo II (1835/1909), da Bélgica, instalou no Congo (hoje Zaire) um "Estado independente". A partir de 1898, após apoderar-se de Porto Rico, Cuba e Filipinas, o governo dos Estados Unidos desencadeou um verdadeiro furacão imperialista. (...)

Alguns dados darão a idéia desta extraordinária expansão. Em 1875, os países europeus dominavam apenas 11% do território africano; em 1902, seu domínio estendia se a 90%. No norte da -África, até 1880, se excetuarmos a Argélia, unicamente no Egito e Tunísia existiam indícios de controle europeu. Três decênios mais tarde, os governos europeus tinham a soberania de quarenta unidades políticas em que haviam repartido o continente africano. Como se produziu uma mudança tão espetacular? Que impulsos se ocultavam por detrás do arrebatamento colonialista? (MADRIDEJOS, Mateo. Colonialismo e Neocolonialismo. Rio de Janeiro, Salvat Edit., 1979, p. 23 a 25.)
Na primeira metade do século XIX, a expansão européia foi limitada. A Inglaterra manteve seu domínio sobre a Índia, a parte mais importante de seu império ultramarino remanescente da época moderna e ocupou as cidades do Cabo e de Natal no sul da África. A França iniciou, em 1830, um longo processo de colonização da Argélia (norte da África).

A partir de 1870, o forte crescimento industrial, a intensa competição por mercados, a passagem do capitalismo à fase do capitalismo monopolista e a grave crise econômica de superprodução levaram os governos da Inglaterra, da França, da Alemanha, dos Estados Unidos e mais tarde do Japão a assumirem uma política expansionista em busca de novos mercados e áreas de investimentos, dando origem ao IMPERIALISMO.

Essa política resultou na repartição quase completa da África na ocupação de vastos territórios da Ásia ou sua subordinação a influência européia. Em 1900, a Grã-Bretanha havia incorporado a seu império 4 500 000 milhas quadradas; a França, 3 500 000; a Alemanha,1 000 000; a Bélgica, 900 000;- a Rússia, 500 000; a Itália, 185 000; e os Estados Unidos, 125 000 milhas quadradas.

A burguesia européia, na busca crescente de lucros passou a financiar a exploração de minas, as monoculturas, a eletrificação de cidades e a construção de portos, pontes, canais e ferrovias, a fim de favorecer o setor exportador de cada região sob sua influência. Assim, a dominação econômica de caráter mais geral trazida pelo Imperialismo, acrescentou-se a dominação política, quase sempre estabelecida através da conquista militar, caracterizando uma nova forma de Colonialismo.

Para a burguesia, o Estado que até então existia para preservar a propriedade e a segurança de seus cidadãos, deveria agora apoiar a política imperialista, garantindo o capital investido fora da Europa. "Nesse momento, ela (a burguesia) abandona a postura liberal, ou seja, de não intervenção do Estado em questões econômicas, para preservar sua taxa de lucro, deixando também de ser pacifista e humanista". (Arendt, Hannah. 0 Sistema Totalitário. Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1978, p. 201.)

A posse de colônias significava ter o "status" de potência e não possuí-las era reconhecer uma situação de inferioridade em relação aos demais países industrializados. Nesse sentido, o Imperialismo esteve também ligado ao desenvolvimento do nacionalismo e converteu-se numa política nacional seguida pelos Estados europeus, financiados por fundos públicos e apoiada pela criação de aparelhos administrativos nas regiões ocupadas.


AS JUSTIFICATIVAS EUROPÉIAS PARA 0 IMPERIALISMO

Os políticos, os homens de negócio e os governantes europeus encaravam o Imperialismo como um fator necessário à prosperidade econômica e como uma forma de diminuir os graves problemas sociais de seus países. 0 discurso de Cécil Rhodes, imperialista inglês, milionário e 12 ministro da Colônia do Cabo na África do Sul, proferido em 1895, mostra claramente as raízes socioeconômicas do Imperialismo:
"Ontem estive no East-End (bairro operário de Londres) e assisti a uma assembléia de desempregados. Ao ouvir ali discursos exaltados, cuja nota dominante era: pão! pão!, e ao refletir, de regresso a casa, sobre o que tinha ouvido, convenci-me, mais do que nunca, da importância do imperialismo... A idéia que acalento representa a solução do problema social: para salvar os 40 milhões de habitantes do Reino Unido de uma mortífera guerra civil, nós, os políticos coloniais, devemos apoderar-nos de novos territórios; para eles enviaremos o excedente de população e neles encontraremos novos mercados para os produtos das nossas fábricas e das nossas minas. 0 império, sempre o tenho dito, é uma questão de estômago. Se quereis evitar a guerra civil, deveis tornar-vos imperialistas." (CATANI, Afrânio Mendes. 0 que é Imperialismo. São Paulo, Editora Brasiliense, 1982, p. 36.)
Entretanto, a fim de justificar a violência, e as atrocidades que estavam sendo cometidas no processo de conquista e ocupação das colônias, os europeus introduziram critérios étnicos que estabeleciam distinções entre os dominadores (brancos) e os dominados (de outra cor), estando al implícita a idéia de "superioridade" da civilização e da raça européias.

0 colonialismo passou a ser visto como uma tarefa árdua que beneficiava muito mais o colonizado do que o colonizador. Caracterizava-se como uma missão e um "dever moral" do europeu, a fim de acabar com as doenças tropicais, com o canibalismo, o escravismo e o paganismo e de levar a higiene, a instrução, o cristianismo, a ciência, enfim o progresso, aos povos atrasados.
0 nativo africano ou asiático era visto pelo colonizador como uma mão-de-obra disponível e barata para trabalhar em suas fazendas. Os europeus fossem eles soldados, funcionários públicos ou agricultores, consideravam-se superiores aos habitantes das colônias, aos quais davam ordens. Nas colônias, eles se sentiam verdadeiros cidadãos de seus países e assumiam uma importância que não possuíam em sua pátria. Segundo o historiador Hobsbawn, "em Dakar ou Mombaça, o mais modesto funcionário era um amo e era aceito como um gentleman por pessoas que não teriam notado sua existência em Paris ou Londres; o operário branco era um comandante de negros." (A Era dos Impérios. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1988, p. 107.)

0 poeta inglês Rudyard Kipling, nascido na Índia, ao referir se a presença a européia no mundo, falava do "fardo do homem branco", para quem a superioridade criava obrigações:

"Toma o fardo do Homem Branco,

as guerras selvagens da paz.

Enche o estômago da fome e faz com que cesse a doença.

E quando estiver mais próximo

nessa busca em favor de outrem,

vê como a indolência e a loucura pagã

arruinam tuas esperanças".

Assim, do ponto de vista do europeu, a obra civilizadora legitimava a dominação política e econômica, embora as populações submetidas não fossem consultadas sobre seus próprios interesses nessa troca.

O termo imperialismo popularizou-se como sinônimo de política externa americana, pelo uso que dele fizeram os partidos nacionalistas e os teóricos de esquerda do mundo inteiro. Especialmente depois da segunda guerra mundial, o antiimperialismo foi reivindicado como ponto programático de todas as organizações políticas progressistas dos países dependentes.
Imperialismo é a política de dominação econômica de uma nação sobre outras, acompanhada ou não de ocupação territorial, com maior ou menor ingerência nos assuntos de estado das nações dominadas e com uso eventual de força militar para garantir a hegemonia. Usado a partir do final do século XIX, o termo imperialismo define, na atualidade, as relações econômicas dos países desenvolvidos com os países pobres e se confunde com "dependência" e "neocolonialismo".
As duas grandes correntes do pensamento econômico contemporâneo, o liberalismo e o marxismo, abordam o fenômeno do imperialismo. Para a primeira, ele é uma opção das grandes potências industriais, que poderiam seguir outro caminho de desenvolvimento econômico. Para o pensamento marxista, o imperialismo é a etapa superior e inevitável do capitalismo, condição de sobrevivência do sistema.
Liberalismo e imperialismo. O primeiro estudo sistemático do imperialismo surgiu em 1902 com Imperialism, do autor inglês John Hobson, para quem o fenômeno se devia à acumulação de capital excedente que devia ser exportado. Seriam motivações importantes do expansionismo a busca de novas fontes de matérias-primas e de mercados. A originalidade da obra de Hobson consiste em atribuir ao imperialismo raízes econômicas, o que forneceu as bases para a interpretação marxista.

Para o economista Joseph Schumpeter, que em sua obra mais conhecida, Capitalism, Socialism and Democracy (1942), conclui que o capitalismo acabará por esgotar-se e dar lugar a alguma forma de controle centralizado da economia, a política imperialista não tem relação com a natureza do capitalismo, que é pacifista em essência. O expansionismo se deve a um impulso atávico de luta, remanescente em estruturas e camadas sociais pré-capitalistas, que dependem para sua sobrevivência de guerras e conquistas.
Teoria marxista-leninista do imperialismo. As décadas de 1870 e 1890 assistiram a um retrocesso da economia de livre mercado e a um retorno da intervenção estatal na economia. A contrapartida internacional desse fenômeno ocorrido localmente foi o imperialismo.
Os países mais poderosos da Europa, depois de quase um século de indiferença em relação a suas colônias de ultramar, em cerca de vinte anos repartiram entre si praticamente todo o mundo ainda não colonizado. Para os teóricos marxistas, a necessidade de exportação de capital excedente não justifica o expansionismo imperialista, como pretende o pensamento liberal, pois apenas o Reino Unido e a França investiam fora de suas fronteiras e preferiam para isso outros países europeus, como a Rússia, ou o hemisfério ocidental, ao invés de suas próprias colônias.
No final do século XIX estavam consolidadas as grandes potências internacionais, nas quais a força econômica preponderante era o capital financeiro, proveniente da aliança entre bancos e indústria. Transcorrida a primeira década do século XX, o mundo inteiro estava sob o controle direto ou indireto de alguma das grandes potências européias: Reino Unido, França, Alemanha, Bélgica e outras.

Com grande quantidade de capital excedente, os grupos econômicos passaram a investir em colônias e semi-colônias, e a suposição de que essa iniciativa geraria grandes lucros provocou a aceleração da corrida pela liderança entre os mais poderosos. Por volta de 1914, insatisfeitas com a maneira como o mundo estava dividido, coalizões rivais de países imperialistas desencadearam a primeira guerra mundial, com o fim de promover uma redivisão do mundo.
V. I. Lenin, na clássica obra sobre o tema intitulada Imperializm, kak vixaia stadia kapitalisma (1917; Imperialismo, etapa superior do capitalismo), explica a primeira guerra mundial como conseqüência do caráter expansionista do capitalismo monopolista. Do ponto de vista teórico, Lenin encara o imperialismo como a culminação necessária do capitalismo. Essa nova fase do sistema envolve mudanças sociais e políticas, mas sua essência é a substituição do capitalismo competitivo pelo capitalismo monopolista, estágio avançado do sistema em que o capital financeiro domina a vida econômica e política da sociedade. A concorrência prossegue, mas apenas entre um pequeno grupo de gigantescos conglomerados, capazes de controlar setores inteiros da economia nacional e internacional.

O investimento estrangeiro desempenha papel fundamental na teoria leninista do imperialismo. Ele se materializa na instalação de empresas de um país em outro, ou na participação acionária em empresas já existentes. O capital estrangeiro pode também assumir a forma de empréstimos ou financiamentos.

A exportação para a metrópole dos lucros produzidos nos países periféricos, no entanto, não constitui o único objetivo do investimento estrangeiro. Além das vantagens oferecidas pela força de trabalho mais barata e facilidades legais e tributárias, o país investidor procura também controlar fontes de recursos naturais e matérias-primas e abocanhar grandes fatias dos mercados periféricos, com o fim de estender o controle econômico e político para além de suas fronteiras.